Paulo era um rapaz que vivia com os seus pais e os seus irmãos, João e Afonso.
Eram todos da mesma idade, pois eram
trigémeos.
Desde que nasceram, havia uma enorme
dificuldade para os distinguir. Até mesmo o pai e a mãe!
Como pela aparência não era possível
saber quem era quem, a mãe teve uma ideia: distingui-los pelas meias! Paulo
usava meias azuis, Afonso usava meia vermelhas e João usava meias verdes.
Para isso, usavam sempre as calças um
pouco mais curtas, pois bastava olhar para os pés e ver a cor das meias para
saber quem era quem.
Todos os dias mudavam de meias, mas
sempre a mesma cor.
Até na escola já sabiam o truque!
Quando queriam pregar alguma partida,
trocavam de meias e era uma confusão!
Quando se aproximou o Natal, os pais
disseram aos filhos que iam visitar os avós na aldeia.
O entusiasmo foi enorme! Mas a mãe
avisou logo para não esquecerem o saco das meias, pois os avós já tinham uma
certa idade, e por isso não convinha provocar confusão na cabeça deles.
Quando chegou o dia da viagem, todos
entraram no carro a correr, entusiasmados por irem passar o Natal na aldeia.
Quando chegaram a casa dos avós, saíram
do carro eufóricos. A saltar, correram para os braços dos avós.
Depois começaram a tirar as malas. Foi
aí que perceberam que havia um problema! O saco das meias tinha ficado em casa!
Os irmãos ficaram desesperados, pois não sabiam como iam ser distinguidos.
Então, Paulo, que era o mais perspicaz
dos irmãos, mas também o mais traquina, teve uma ideia: pintar as unhas dos pés
com cores diferentes. Mas para isso teriam de usar chinelos de dedo! Os outros
irmãos acharam a ideia divertida e depressa concordaram.
Paulo pintou as unhas de azul, Afonso de
vermelho e João de verde.
No início o problema ficou resolvido,
sendo até motivo para muitas risadas lá em casa.
O problema veio depois, quando tiveram
de ir lá fora com aquele frio! Como sempre, Paulo arranjou solução! Pintou as
galochas com o verniz da avó! Paulo pintou-as de azul, Afonso de vermelho e
João de verde.
Quando se aproximou o dia da missa do
galo, a mãe ficou preocupada, pois não queria os filhos de chinelos de dedo,
muito menos de galochas na igreja, em frente de toda a aldeia.
Pensaram em usar luvas, mas na loja da
aldeia só havia luvas pretas.
Então decidiram não ir à cerimónia. Os
avós ficaram tristes, pois queriam que os vizinhos vissem como os netos estavam
crescidos e bonitos!
Como sempre, Paulo arranjou a solução!
E se levassem as estrelas do presépio na
roupa! A árvore dos avós estava repleta de cores! Era tempo de Natal e ninguém
ia gozar!
A mãe depressa começou a pendurar as
estrelas azuis na roupa do Paulo, as vermelhas na roupa do Afonso e as verdes
na roupa do João.
Mas desta vez, os outros irmãos também
tiveram uma ideia: e se todos fossem com estrelas?
Então os avós ficaram com as amarelas, a
mãe com as bolas douradas e o pai com as bolas prateadas!
Quando entraram na igreja, todos olharam
para aquela família de forma estranha! Até o padre!
Então a mãe encheu-se de coragem e
contou o que se estava a passar.
O padre achou piada e também ele quis
fazer uma coisa diferente! Convidou todos os habitantes a colocarem uma estrela
na roupa e a levá-la para casa, explicando que a diferença de cada um deve ser
respeitada.
E assim, naquela noite todos os
habitantes levaram para casa uma estrela. Com aquela situação perceberam que a
diferença está na igualdade!
Golias
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