quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A poesia de Carlos Poças Falcão foi apresentada na Francisco de Holanda


Jovens alunos puderam ter o primeiro contacto com a obra "Arte Nenhuma" do professor Carlos Poças Falcão, na Escola Francisco de Holanda. Há também uma sessão marcada para o lançamento do livro, amanhã, na associação Convívio. Chama-se "Arte Nenhuma", mas de arte tem tudo. A mais recente obra de poesia de Carlos Poças Falcão, professor da Escola Secundária Francisco de Holanda, foi apresentada à comunidade escolar na última quinta-feira, numa sala repleta. A obra trata-se de uma antologia da poesia publicada em livro, mas também em algumas revistas e imprensa, que vai desde 1987 até 2012. Estamos perante "um grande poeta" descreve o editor José Manuel Costa, da Opera Omnia, que diz ainda haver esperança para o mercado da poesia em Portugal. "Em termos materiais é um investimento da editora, mas o investimento é mais do poeta", salienta, visivelmente lisonjeado pela opção do autor. De acordo com Salgado Almeida, também ele poeta e ex-aluno de Carlos Poças Falcão, a quem coube a apresentação de "Arte Nenhuma", estamos perante um livro que revela "uma sequência organizada de forma cronológica, que denota um percurso consistente, inquestionável e quase definitivo" deste autor que diz não saber falar de poesia. Entre leituras de alguns poemas, por parte dos alunos, que dinamizaram a sessão de apresentação, Carlos Poças Falcão tentou amenizar "o medo" de se ler poesia. Deixando a sua obra para segundo plano, o poeta aproveitou a plateia jovem para encorajar os alunos para este tipo de leitura. “Não se atrapalhem e tenham coragem, porque os poemas não são assim tão misteriosos”, alertou, definindo os poemas como convites aos leitores para entrar num novo mundo. Partir para os poemas sem pressas, de maneira simples e sem receio de não entender tudo é uma mensagem que ficou gravada neste dia, mas foi deixado também o aviso de que é preciso ter um vocabulário acima "do das baleias, que têm cerca de 600 signos vocálicos", sublinhou. Carlos Poças Falcão diz, no entanto, ter uma escrita acessível para ser compreendido, mas ironicamente diz também não estar muito preocupado com isso. "Também dizem por aí o que são quatro milhões de euros e eu não entendo nada disso", relata em tom de brincadeira para um público que ainda vai a tempo de adquirir competências linguísticas para se encontrar com a obra de Carlos Poças Falcão. Como escreve o poeta num dos textos de "Arte Nenhuma", "nada se procura quando nada existe encontro". E foi esse encontro que tentou transmitir aos alunos para que depois procurem a poesia. Convívio recebe lançamento do livro A associação Convívio, em colaboração com a editora Opera Omnia, estão a preparar para amanhã o lançamento de "Arte Nenhuma" de Carlos Poças Falcão. A sessão começa às 
21 h30 na sede da associação, no Largo da Misericórdia. 
 Sandra Freitas
 in O POVO, de 23 de novembro de 2012

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